A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta-feira (3/12), 4 mandados de prisão temporária e 26 mandados de busca e apreensão nos estados do Ceará, São Paulo e Bahia e bloqueou valores em contas dos investigados. Conforme a PF, o suposto esquema tinha como alvos servidores públicos, através de operações irregulares de crédito consignado.
De acordo com a Polícia Federal, os indícios apontam suposta participação de um ex-secretário de Estado da Casa Civil do Estado do Ceará, à época dos fatos em apuração. Segundo informou a PF, há também supostos indícios de atuação do genro desse ex-secretário, à época, gestor de uma das empresas que movimentou mais de R$ 600 milhões nas operações de crédito sob investigação. Contra ele também há um mandado de prisão. A PF não divulgou os nomes dos investigados.
“A Operação Onzenário investigou fluxo intenso de capitais obtidos de forma criminosa em prejuízo dos servidores públicos estaduais, através de investimentos, aquisições imobiliárias e simulação de aquisição de cotas de sociedade empresarial, em engenhoso esquema de corrupção e lavagem de dinheiro”, disse a Polícia Federal, em nota.
Ainda conforme a PF, os crimes investigados “são de associação criminosa, corrupção, fraude em licitação, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro, culminando em enriquecimento ilícito dos investigados, que são servidores públicos, ex-gestores de instituições financeiras e empresários, em detrimento do sistema financeiro nacional e dos servidores públicos estaduais do Estado do Ceará obrigados a arcar com juros mais elevados em operações de crédito”.
Crimes entre 2008 e 2014
Os mandados foram deferidos pela Justiça Federal, decorrente de investigação em inquérito policial que apura os supostos crimes, que teriam ocorrido entre os anos de 2008 e 2014, segundo a PF, em indícios de conluio entre agentes públicos estaduais, ex-gestores de instituições financeiras e empresários que atuaram no direcionamento ilícito de operações de crédito consignadas em folha dos servidores do governo do Estado do Ceará.
A Polícia Federal continua a investigação, com análise do material apreendido na operação, com o fim de detalhar a atuação de cada investigado e aprofundamento das investigações em curso. O nome da operação remete a agiotagem ou cobrança extorsiva de juros.