O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, por sete votos a favor e quatro contrários, o julgamento de um habeas corpus que reconheceu a parcialidade do então juiz federal Sérgio Moro contra o ex-presidente Lula.
Na sessão desta quarta-feira (23 de junho), os ministros Marco Aurélio Mello (decano da corte) e Luiz Fux (presidente) depositaram seus votos. O primeiro considerou a 13ª Vara Federal de Curitiba competente para julgar os casos envolvendo o presidente. Para Marco Aurélio, “vale notar que a autenticidade das gravações não foi elucidada. De qualquer forma, estaria a envolver diálogos normais, considerados os artífices do Judiciário, o Estado acusador e o Estado julgador, o que é comum no dia a dia processual.”
Já Luiz Fux argumentou que o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, não teve seu trabalho de defesa prejudicado, e por isso, a questão da competência territorial não poderia ser argumento para considerar os julgamentos de Moro nulos.
O julgamento havia sido definido ainda na sessão de 22 de abril, quando sete ministros (Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia, Nunes Marques, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Rosa Weber) já haviam dado ganho de causa à Lula, enquanto dois (Edson Fachin e Luis Roberto Barroso) declararam a corte federal competente. A tese vencedora foi a de que a decisão tomada pela turma do STF, que já havia sido pela suspeição, não poderia ser revista pela turma.
Fux também disse que o argumento da nulidade foi feito com provas ilícitas- no caso, mensagens entre procuradores do Ministério Público Federal e o juiz Sergio Moro, reveladas pelo site ‘The Intercept Brasil’ em 2019 e provenientes de uma fonte anônima, que teria acessado os conteúdos por meio de um ataque hacker. “Uma prova roubada que foi depois lavada”, definiu o presidente da corte. “Dirão alguns: mas não é um juízo precipitado aceitar que esta prova é roubada? Não, n]ao é um juízo precipitado. Esta prova foi obtida por meio ilícito e violou a Constituição federal”. Segundo Fux, isso destruiu sete anos do processo jurídico.
Sérgio Moro usou as redes sociais para se pronunciar sobre a decisão: “Os votos dos Mins.Fachin, Barroso, Marco Aurélio e Fux, não reconhecendo vícios ou parcialidade na condenação por corrupção do Ex-Presidente Lula, correspondem aos fatos