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quinta-feira, 21 de novembro de 2024
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Disseminação de pequenos negócios mobiliza Fiec e Sebrae

A abertura de novos mercados é uma estratégia de crescimento que ganhou mais força com a pandemia. Pensando nisso, a Federação das Indústrias do Ceará (Fiec) e o Sebrae se uniram em torno do Indústria Global, projeto com foco na internacionalização de pequenos negócios. O intuito: disseminar a cultura exportadora no Estado. Lançado no fim de 2020, com a operacionalização iniciada em janeiro deste ano, os primeiros resultados começam a aparecer.

O Indústria Global é uma iniciativa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Sebrae Nacional. A ideia é contemplar vários estados, a exemplo do Ceará, “que é a primeira unidade da Federação a concluir a primeira etapa do projeto”, adianta a gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Fiec, Karina Frota.

“Em dezembro de 2020, iniciamos o processo de seleção das empresas interessadas em exportar. Já em janeiro de 2021, começamos a fase de capacitação e preparação para exportação. Isso envolve análise do material promocional, inclusive da presença em redes sociais, formação de preço, estudos de mercado, para saber quais produtos seriam mais competitivos no exterior e potenciais destinos, disse Karina Frota, gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN), da Fiec

“Agora, entraremos na fase de promoção internacional dessas empresas. Já para o segundo semestre deste ano, está prevista uma ação comercial em que todas as empresas terão a oportunidade de prospectar compradores. A expectativa é de que, até outubro de 2021, a gente deva encerrar essa primeira edição do Indústria Global no Ceará”, expõe.

Segundo o analista de negócios e consultor do Sebrae Ceará, Sílvio Moreira, a consultoria é personalizada. “O Indústria Global envolve três eixos. Fazemos um estudo de mercado, compreendendo que muitas empresas já têm um mercado alvo; capacitação e preparação para a exportação e a consultoria”, explica.

A meta inicial era de que 25 empresas se inscrevessem no projeto de internacionalização de pequenos negócios. O número de inscritos chegou à casa dos 30. Desse total, emenda Karina Frota, cerca de 12 empresas encontram-se bem encaminhadas, o que representa praticamente a metade da meta inicial.

“São empresas com grande potencial de internacionalização, diferencial competitivo do produto por elas comercializado e já com alguma experiência internacional”, afirma.

Benefícios

Para Moreira, do Sebrae, a vantagem da internacionalização por meio de programas como o Indústria Global é que as empresas entram no mercado internacional por meio de uma análise consistente. “Sem queimar etapas” que possam exportar de forma sustentável.

“Exportar significa vender em outra moeda e idioma, procurando ainda atender demandas diferentes do mercado doméstico, explica Sílvio Moreira, analista de negócios e consultor do Sebrae Ceará.

Os benefícios não param por aí. Além da diversificação de mercados e da ampliação do potencial de vendas, aponta Karina Frota, a internacionalização dos pequenos negócios deixa as empresas mais preparadas para competir.

Segmentos

Alimentos, bebidas, confecção e calçados estão entre os principais segmentos industriais que aderiram ao programa Indústria Global da Fiec e do Sebrae. Do ramo de alimentos, um exemplo é a Alimempro, indústria especializada no beneficiamento do alho roxo, dos empresários cearenses Isaac e Alceu Matos Bley.

Fundada em 2003, conta Isaac, a empresa vem se capacitando para internacionalização desde 2017.

“Em 2018, tivemos nossa primeira experiência internacional na SIAL PARIS, considerada uma das maiores feiras de alimentos do mundo. Lá, observamos as tendências de mercado e quais passos precisávamos dar para nos tornarmos aptos a ingressar no mercado internacional”lembra Isaac Bley, empresário cearense

“Ao participarmos de feiras internacionais e rodadas de negócios, conseguimos entender um pouco do mercado e decidir quais estratégias deveríamos seguir. Adequações na fábrica, capacitação para obtenção de certificados de qualidade nacionais e internacionais, dentre outras medidas que se fazem necessárias. É um processo que nos coloca à frente da concorrência”, relata.

“Já caminhamos um longo percurso de preparação nos últimos anos. Já temos representantes fora, todo material de prospecção pronto e a estratégia definida. A fábrica já possui toda a certificação necessária, e as parcerias com os produtores no Brasil já consolidadas. Estamos confiantes de que logo iniciaremos a internacionalização dos nossos produtos”, afirma Isaac.

Os pequenos negócios

Dados do CIN revelam que mais de uma centena de micros e pequenas empresas são exportadoras no Ceará. Número que coloca o segmento com uma participação de 40% no total de negócios que vendem para o exterior no Estado (dados de dezembro de 2020).

“No entanto, há ainda bastante espaço para avançar. As grandes empresas cearenses que exportam já estão consolidadas lá fora. Se quisermos aumentar a base de empresas exportadoras no Ceará, temos que fazer isso por meio da internacionalização dos pequenos negócios”, pontua Karina.

“Embora a previsão seja de redução no comércio global, a internacionalização é um dos principais indutores do crescimento econômico. Podendo ser, inclusive, uma saída estratégica para a recuperação das empresas. É necessário identificar, a partir disto, novas oportunidades de negócios no exterior e apoiar as empresas visando a manutenção de seus negócios internacionais”, conclui.

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