O deputado bolsonarista Otoni de Paula (PSC-RJ) e o ex-deputado e cantor Sérgio Reis são alvos de mandados de busca e apreensão, cumpridos nesta sexta-feira (20 de agosto), por ameaça a instituições. As ordens foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República.
O objetivo da operação, segundo a PF, é apurar “eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores contra a democracia, o Estado de Direito e suas instituições, bem como contra os membros dos Poderes”. São cumpridos 29 mandados nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Ceará e Paraná, além do Distrito Federal.
Sérgio Reis e Otoni de Paula têm convocado atos contra o Supremo Tribunal Federal e em defesa do governo para o próximo dia 7 de setembro. A disseminação de um vídeo em que faz apelo a caminhoneiros para paralisarem o país no feriado da Independência levou o artista a ter shows e comerciais cancelados, como ele mesmo admitiu ao Congresso em Foco. “Querem me massacrar. Já estou tendo prejuízo”, afirmou ele.
“Eu errei mesmo, errei muito. Não devia ter falado, porque as pessoas pensam… Falei com um amigo. Ele postou num grupinho. Um amigo da onça. É da vida. Estão me ameaçando, pensando que estou com medo. Mas não me escondi. Estou aqui em casa, não agredi ninguém. Arco com minha responsabilidade”, disse.
O Ministério Público Federal no DF abriu inquérito contra Sérgio Reis esta semana, atribuindo a ele o crime de ameaça, atentado contra a segurança de meio de transporte e dano. “Se abriram, vamos fazer a defesa, o que é certo. Não tenho medo de cadeia. Quando moço, eu era briguento, participava de briga tonta. Fui preso por briga, tinha de responder pelo que fiz. Não fiz nada agora.”
Mesmo admitindo que errou, Sérgio Reis reforça as críticas aos ministros do Supremo, principais alvos de sua gravação. “Pelo que estão fazendo, soltando os bandidos, eu quero o impeachment deles. Não acho que estão representando o povo. Ali é o Supremo Tribunal Federal, é a Justiça do país, tem de ter coerência”, afirmou.
“O presidente tem de ir lá para depor? O que é isso? Pensam que é mais que o presidente? O Supremo é o povo. Aí o povo não aceitou. Você vai ver Brasília dia 7 de setembro”, acrescentou.