A mobilização em defesa dos bancos públicos nacionais pretende envolver todos os municípios cearenses, engajando o poder público e a sociedade. A iniciativa foi defendida durante audiência pública realizada na manhã desta sexta-feira (29 de outubro), pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Assembleia Legislativa, que debateu o fortalecimento dessas instituições bancárias.
De acordo com a deputada Augusta Brito (PCdoB), requerente do debate, a partir desse encontro, a intenção é levar as discussões sobre o fortalecimento dos bancos públicos para as câmaras municipais do interior do Estado. “Nós queremos mostrar para a população o que os bancos públicos fazem, quais os seus serviços e por que é importante defender a sua existência e fortalecimento”, apontou.
Ainda segundo a parlamentar, existe uma grande necessidade de fortalecer os bancos públicos, principalmente os que funcionam no Ceará, pela grande importância e pelo papel essencial que eles desempenham para a sociedade.
“Nós percebemos que o atual Governo Federal tem a intenção de fragilizar os bancos públicos, reduzindo o número de funcionários e de investimentos. E nós estamos aqui para ressaltar a grande importância dessas instituições para a população, especialmente para aquelas pessoas que precisam acessar algum tipo de crédito ou programa social”, destacou Augusta Brito.
O deputado Guilherme Sampaio (PT), subscritor da audiência, salientou que defender os bancos públicos é defender uma causa de interesse da sociedade brasileira. Para ele, a defesa das instituições significa defender um modelo de estado e de sociedade na medida em que a existência desses bancos se relaciona diretamente com a forma como o Estado interage com a dinâmica da economia e quais são os recursos disponíveis para a população acessar os serviços financeiros.
“Sem os bancos públicos, os alimentos que chegam às nossas mesas chegam mais caros, pois são os bancos públicos que financiam a agricultura familiar. Sem os bancos públicos, boa parte da população brasileira não tem acesso à casa própria, porque a Caixa Econômica Federal que viabiliza o acesso à habitação. Sem os bancos públicos, os pequenos empreendedores não têm acesso ao crédito e nós teremos menos jovens nas universidades, porque são os bancos públicos que operam o financiamento estudantil”, assinalou Guilherme Sampaio.
O presidente do Sindicato dos Bancários do Ceará (SEEB/CE), Carlos Eduardo Bezerra, complementou que sem as instituições não há respostas para a crise econômica e não há enfrentamento da desigualdade no País. Ainda segundo ele, sem bancos públicos, o Estado fica incapacitado de induzir o setor privado a ampliar a sua atividade, disponibilizando oportunidades para toda a população.
“Convido toda a classe política, toda a classe representativa dos setores econômicos a somar forças conosco para que tenhamos o nosso Estado crescendo, a nossa população atendida, a desigualdade reduzida e a justiça social com democracia sendo alcançada, em um panorama de esperança para o nosso povo”, pontuou Carlos Eduardo Bezerra.
Na avaliação da dirigente sindical Elvira Madeira, a audiência pública representa um ato que tem o papel de escancarar a realidade dos bancos públicos e alertar a sociedade, mas sobretudo de deixar claro qual é o papel do banco público dentro de uma sociedade. “Os bancos públicos têm o papel de fomento, de garantir, de estruturar, de fazer com que o dinheiro chegue a quem mais precisa, seja através do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), do financiamento da casa própria ou do financiamento da agricultura familiar”, enfatizou.
Participaram ainda da audiência o representante da Intersindical Ceará, Roger Medeiros; o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Rochael Souza; a representante da Associação dos Funcionários do Banco do Nordeste do Brasil (AFBNB), Rita Josina; o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT/CE), Wil Pereira; o presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB/CE) Luciano Simplício; a presidente da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce), Enedina Soares; o presidente do Psol/CE, Alexandre Uchôa, entre outras autoridades.
RG / LF