Simone Tebet (MDB) encerrou a série de sabatinas do Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta sexta-feira (26/8). A mais desconhecida entre os candidatos melhor colocados nas pesquisas, a candidata soube aproveitar o tempo para se apresentar ao espectador. Tebet apresentou propostas, falou sobre o passado e a experiência política e disse quais as bases do programa de governo. Por outro lado, a candidata do MDB repetiu clichês que têm pouca capacidade de encantar o eleitor. As informações são da jornalista Anita Efraim, do Yahoo.
A candidata ressaltou em diversas oportunidades que tem consigo uma equipe econômica liberal – em 2018, esse foi um dos argumentos mais usados por pessoas da elite que votaram em Jair Bolsonaro (PL).
Tebet, que foi a última entrevistada, focou mais que os adversários em um tema importante: a fome. Falou sobre propostas envolvendo taxação de lucros e dividendos e um possível aumento de programas de transferência de renda e apresentou uma ideia de garantir direitos trabalhistas para autônomos.
Apesar da dedicação para apresentar as propostas que fazem parte do programa de governo, Simone Tebet repetiu os clichês com pouco (ou sem nenhum) apelo. Uma das frases mais repetidas por políticos liberais apareceu na sabatina: “não só dar o peixe, mas ensinar a pescar”.
Além disso, Tebet voltou a bater na tecla de ser uma representante das mulheres, em especial por ser mãe é ter “coração de mãe”. Nem toda mulher é mãe. Nem toda mulher quer ser mãe. Ser mulher significa muito mais do que ser mãe.
Apelativa, a argumentação é vazia e tem pouco significado. Para os que não se importam com a pauta feminista, reforçar que se é mãe e mulher não atrai. Para quem entende o feminismo e a relevância desse tema, as falas são rasas.
A candidata aproveitou o espaço para criticar tanto Lula (PT) quanto Bolsonaro e as respectivas gestões – com mais ênfase nos ataques ao atual presidente. Ao falar do orçamento secreto, citou a falta de controle de Bolsonaro sobre o orçamento e disse que, com os valores, poderia ampliar a transferência de renda. Tebet prometeu ainda acabar com o presidencialismo de coalizão, sem entrar em detalhes de como faria isso. As intenções parecem boas, mas passaram um tom de ingenuidade em determinados momentos.
Mesmo com chances bastante baixas de se eleger presidente do Brasil em 2022, Simone Tebet começa a traçar um caminho para alçar voos mais altos e, em um eventual próxima disputa, chegar com status de candidata já conhecida pelo público. Fonte: Yahoo.