O segundo sábado do Pré-Carnaval de Fortaleza, (28/01), encheu de ritmo a Avenida Beira-Mar. Começando cedo, às 16 horas, um cortejo com os blocos Bonde Batuque, Unidos da Cachorra, Camaleões do Vila e Baqueta saiu do antigo Boteco Praia em direção ao Aterrinho, para abrir a festa com o primeiro bloco subindo ao palco, que em seguida recebeu as DJs Castilho Delgado e as bandas Piracema e Academia da Berlinda. O sábado do ciclo carnavalesco contemplou sete polos. Neste domingo, (29/01), a festa continuou em mais três pontos da cidade.
No entardecer, Iracema Bezerra caminhava pela Avenida Beira-Mar no rumo da praia homônima, na dianteira do Unidos da Cachorra. Diretora do naipe de cuícas do bloco há seis anos e integrante há 13, ela considera o grupo como uma família. “É até meio terapêutico, a gente se diverte, tem nossos amigos. É como se você fosse picado pelo bichinho do samba e do bloco e do carnaval e não conseguisse sair disso, é uma coisa muito bacana”, explica.
Acompanhando o cortejo, a foliã Elaine Pinho, de 67 anos, impressionava pela fantasia criativa, um vestido vermelho estampado com caroços de melancia e um adereço feito com metade da própria fruta cobrindo a cabeça, tudo confeccionado por ela. Para Elaine, mais que sempre é tempo de aproveitar a vida. “Eu quase morri de Covid 19, passei vinte dias entubada, 35 dias no hospital, e fui entregue a Deus, mas Ele me mandou de volta e eu estou aqui aproveitando a vida, eu amo o Carnaval, essa alegria, adoro meus amigos e fazer festa, esse bloco está cheio de amigos”, conta.
Após tantas restrições impostas pela pandemia, carnavalizar tem um sentido especial para muita gente. “Depois de dois anos sem estar tocando na avenida, a gente não consegue nem descrever, de tão emocionante e prazeroso que é voltar, dá pra ver no sorriso da pessoas”, celebra Iracema Bezerra.
O retorno à festa também entusiasma Victor Martins. “Estávamos esperando por isso há muito tempo, sem poder vivenciar isso aqui de novo. Foi duro, foi difícil, mas voltamos”, diz. Ele, a esposa Aline e os filhos João Victor e Maria Júlia se divertiam vestidos de peças do brinquedo Lego em cores diferentes feitas com caixas de papelão. “A gente sempre procura uma fantasia criativa para sair, se divertir. Essa é a família Lego. Queríamos uma fantasia em conjunto para todo mundo aproveitar e aí Lego tem várias pecinhas, dava certo fazer uma pra cada”, ressalta.
A foliã Raina Benevides vê a família crescer em meio ao Carnaval. “Eu conheci o meu esposo na escola de samba, em 2018, a gente tocava juntos”, conta ela, que está grávida de sete meses. O casal tem um filho de cinco anos, que já frequenta os ensaios de bloco.
Enchendo a Avenida de gente, música e alegria, o cortejo dos blocos Bonde Batuque, Unidos da Cachorra, Camaleões do Vila e Baqueta chegou ao Aterrinho, onde a noite continuou com Bonde Batuque e o convidado Messias Castro. Em seguida, subiram ao palco as DJs Castilho Delgado e as bandas Piracema e Academia da Berlinda.
Para o vocalista e guitarrista da banda Piracema João Dias, o Pré-Carnaval já tem gostinho de Carnaval. “É a mesma energia,” afirma, explicando a importância da festa para o grupo. “A Piracema é filha do Carnaval. A gente começou em 2022, com um projeto voltado para atividades carnavalescas ainda muito tímido por conta da Pandemia, e agora chegar nesse palco e olhar para todo mundo fantasiado, com glitter no rosto, pulando, é divino, é sagrado, eu até me arrepio”, observa.
A noite no Aterrinho foi encerrada pelos pernambucanos da Academia da Berlinda. O grupo, que nasceu em Olinda há quase 20 anos, animou o público com uma mistura de ritmos como cumbia, carimbó, maracatu e ciranda. Neste sábado (28/01), a ampla programação de Pré-Carnaval também contemplou os polos Praça do Ferreira, Mercado dos Pinhões, Mocinha, Praça João Gentil, Parque Rachel de Queiroz e Marco Zero. Neste domingo (29/01), a festa continuou no Passeio Público, no Raimundo dos Queijos e na Praça João Gentil. Fonte: Prefeitura de Fortaleza