Fortaleza: uma década de retrocessos nas políticas públicas

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Hospital da Mulher, em Fortaleza - Foto: Divulgação

Por Acrísio Sena*

Em 2023, o grupo liderado pelo ex-prefeito Roberto Cláudio completou dez anos de gestão à frente da Prefeitura de Fortaleza. São oito anos de Roberto Cláudio e dois de Sarto. Essas ocasiões oferecem oportunidade para realizar um balanço crítico das ações administrativas.

Nesse sentido, teríamos muitos exemplos, porém, vamos focar em apenas três políticas que foram um verdadeiro retrocesso municipal:

1- o esvaziamento administrativo das Regionais. A estratégia de ampliar o número de Regionais e retirar seu poder de decisão conseguiu anular o papel desses órgãos que hoje se resumem a meros escritórios políticos;

2 – nesse período, Fortaleza vivenciou o esvaziamento das políticas de saúde preventiva das mulheres, com a mudança do caráter do Hospital da Mulher, sem falar que o baixo investimento, desarticulação de programas e a redução de profissionais marcaram o setor;

3 – na última década, a Prefeitura da capital perdeu o protagonismo da política cultural para juventude, foi reduzindo a atuação dos CUCAs. Não existe mais a integração entre juventude, cultura, esporte e qualificação – princípios norteadores do projeto inicial.

É claro que os problemas não se restringem aos eixos abordados. Infelizmente, o povo sente hoje o descaso completo com as políticas culturais e da saúde mental. Enfim, não tenho dúvida que devemos debater sobre os caminhos que Fortaleza pode percorrer para se tornar uma metrópole mais humana e democrática. É urgente avaliar o presente para planejar um futuro melhor.

(Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Ceará Leste).

* Acrísio Sena, historiador.