Projeto vai mapear a violência contra a mulher

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No projeto, estão previstos mecanismos para mapear dados e compreender os cenários contra as mulheres- Foto: Hiane Braun/Casa Civil
No projeto, estão previstos mecanismos para mapear dados e compreender os cenários contra as mulheres- Foto: Hiane Braun/Casa Civil

O Governo do Ceará lançou, nesta quinta-feira, 1º de agosto, o Projeto Cientista Chefe das Mulheres, uma parceria entre a Secretaria da Mulheres (SEM) e as universidades estaduais do Ceará (Uece) e Regional do Cariri (Urca), que mapeará, através de dados, a violência contra a mulher no estado, de forma a subsidiar novas ações. O lançamento contou com a presença da vice-governadora e secretária das Mulheres, Jade Romero; do secretário de Segurança e Defesa Social (SSPDS), Roberto Sá; da secretária da Igualdade Racial, Zelma Madeira; da secretária da Juventude, Adelita Monteiro; e de outras autoridades.

Abrindo as ações do Agosto Lilás, mês de conscientização pelo fim da violência contra as mulheres, Jade Romero, enfatizou a importância de iniciativas que promovem a união do governo com a ciência em prol da sociedade. “Estamos em um mês de conscientização contra a violência contra nós mulheres, mas também de ações concretas. Estamos lançando o programa Cientista Chefe, que traz a Uece e a Urca e todo o conhecimento produzido nessas universidades, para trazer relatórios, observar os dados e também [ajudar a] formular as políticas públicas para que a gente tenha a ciência a serviço da sociedade e da proteção das mulheres”.

Ciência para política pública

O projeto é realizado pelo Observatório de Enfrentamento à Violência contra a Mulher (Observem) em parceria com o Laboratório de Geoprocessamento e Estudos Aplicados (LabGeo) da Uece e o Observatório da Violência e dos Direitos Humanos da Urca, e nele serão desenvolvidos mecanismos para mapear dados e compreender os cenários de violência, e assim contribuir para a redução da violência contra as mulheres e população LGBTQIA+ protegidas pela Lei Maria da Penha.

Feliz por estar à frente do projeto Cientista Chefe Mulheres, a professora associada da Uece e cientista-chefe da SEM, Helena Frota, destacou a importância e a potência que esse projeto representa. “Temos que agradecer a oportunidade de fazer uma política [pública] como esta. Nós estamos nesse projeto com uma grande rede, nos unimos em uma parceria para enfrentar essa violência. Estamos aqui para a Academia pensar, junto a execução do Governo, em como iremos enfrentar com racionalidade e efetividade esse drama que é a violência e o assassinato de mulheres no Ceará, e assim fazer a diferença na vida de tantas”.

Com 42 anos de profissão, Helena acredita que a política de enfrentamento à violência contra mulher que será aprimorada nesse projeto será um “legado para o Estado”. “Com 42 anos de Uece, já perto de me aposentar, aceitamos, eu e minha equipe, enfrentar esse desafio de deixar esse legado para o Estado. Como feminista, lutei muito no processo democrático, para poder estar aqui neste momento. Porque sem democracia não existe política para mulheres”, compartilhou.

Com duração inicial de dois anos, e um investimento de R$ 2.978.200,00, o projeto busca cumprir as metas do Plano Ceará 2050, promovendo um Ceará livre da violência doméstica contra a mulher e uma governança participativa. O titular da SSPDS, Roberto Sá, parabenizou pela iniciativa, e destacou o compromisso com o tema de enfrentamento à violência contra mulher, por parte da pasta que lidera.

“Essa é uma luta de todos nós, pois é um tema muito importante para a nossa sociedade, que ainda é muito machista, preconceituosa e violenta. É um desafio diário, para todos nós, trabalharmos nesse contexto social, cultural e institucional, mas não iremos desistir de mudar essa realidade. Sabemos da responsabilidade de diminuir a violência urbana, mas diminuir também a violência nos grupos vulneráveis”, pontuou Roberto Sá.

Dentro do projeto serão gerados produtos como uma Plataforma Web com API para Integração de Bancos de Dados com informações sobre a violência contra as mulheres e população LGBTQIA+ protegidas pela Lei Maria da Penha no Ceará; relatório de indicadores de enfrentamento da violência contra as mulheres e população LGBTQIA+ no Ceará; protocolo unificado de atendimento às mulheres em situação de violência; e o fortalecimento das ações do Observatório da Violência e dos Direitos Humanos da Região do Cariri.

No projeto, estão previstos mecanismos para mapear dados e compreender os cenários contra as mulheres- Foto: Hiane Braun/Casa Civil
No projeto, estão previstos mecanismos para mapear dados e compreender os cenários contra as mulheres- Foto: Hiane Braun/Casa Civil

Satisfeita com a parceria, que promove integração de ações com o Cariri cearense, a vice-reitora da Urca, Maria do Socorro, explicou como o Observatório da Violência e dos Direitos Humanos da Região do Cariri tem trabalhado no tema. “A nossa Urca, por meio do Observatório da Violência e dos Direitos Humanos, já vem desenvolvendo um trabalho com tudo o que se refere à quebra dos direitos humanos, são pessoas com as quais desenvolvemos atividades de enfrentamento à violência, da melhor forma possível, para que essas pessoas consigam sair do ciclo da violência”. contou. “Então, estamos muito felizes de fazer parte desse projeto, que integra as ações do interior do estado”.

Maria do Socorro ainda vê com muita positividade essa nova fase de enfrentamento à violência contra mulher, que une academia, governo e reforço direcionado por meio de dados. “Ações como esta precisam ser realizadas para que mulheres se sintam, cada vez mais, empoderadas. E que possam enfrentar, da melhor forma possível, as mais diversas formas de violência a que são expostas”, concluiu. Com informações do governo estadual.