Segundo Nizomar Falcão, coordenador estadual de Irrigação da Ematerce, o 7º Seminário Água Innovation é uma oportunidade que se mostra para todos envolvidos neste segmento, trazendo informações para transformar o futuro do Nordeste. São debates sobre integração de recursos naturais, energia e produção, uma chance única de capacitação e networking. Como convidada da Ematerce esteve a produtora de hortaliças do município de Paramoti, Maria Edileuza da Silva Almeida.
Na abertura do Água Innovation, Carlos Matos, CEO da Sallto Empresarial, fez explanação do quadro do setor agropecuário do Ceará, ressaltando que “o mesmo é uma chave para a economia brasileira, com os seus Polos de Desenvolvimento de Produção, acontecendo segundo uma economia e custo equilibrados.” Disse: “nosso potencial é muito grande, temos muito fermento para utilizar.” Deu as boas-vindas, e “os muitos assuntos pertinentes à agricultura familiar, que estariam sendo discutidos nos vários painéis, durantes os dois dias, seriam para subsidiar e promover a agricultura familiar.”
Nizomar Falcão fez uma retrospectiva desde 1964, com o Estatuto da Terra, os primeiros perímetros irrigados, com a formação de colonização, as vindas da Embrapa e da Embrater, com as pesquisas e os serviços de assistência técnica – ATER.
Enfatizou que com as mudanças climáticas, em andamento, o Ceará e o Nordeste precisam assumir posturas diferentes com relação aos recursos hídricos, para não penalizar, ainda mais, os agricultores familiares. As razões não são apenas de natureza ecológica, mas notadamente econômicas. Para ele, o principal desafio da agricultura irrigada do semiárido será, ainda por muito tempo, aumentar a produção de alimentos, alinhado sempre com a promoção da sustentabilidade ambiental.
Na ocasião, ressaltou que por outro lado, é preciso aprimorar as tecnologias, adotar inovações, aperfeiçoar o manejo da irrigação pelos agricultores familiares irrigantes, sem desprezar a sustentabilidade. Os projetos públicos ainda continuarão sendo cruciais para o desenvolvimento da agricultura irrigada no Ceará, pelo baixo nível de capitalização dos agricultores familiares, notadamente para aqueles que possuem pequenas manchas de solo agricultável: irrigação difusa. Os projetos públicos não só viabilizam a irrigação em regiões remotas, mas também ajudam na disseminação e tecnificação da agricultura.
Nizomar lembrou que a agricultura irrigada, entretanto, terá que se adaptar a uma sociedade cada vez mais dinâmica, exigente quanto à alimentação e quanto às questões sociais e ambientais. É oportuno destacar que as mudanças climáticas já estão afetando vários sistemas naturais e ambientes humanos, tanto rural quanto urbano. É preciso incluir na gestão da atividade da irrigação, análises sistemáticas de adaptação às alterações climáticas, principalmente, naquilo em que é requerido o uso de água de irrigação. A disponibilidade de água poderá impactar o sistema produtivo e o processo de entrega de alimentos.
Ao concluir fez um alerta para o êxito do Programa: “as consequências mais imediatas serão os impactos sobre a renda dos irrigantes. Para isso, os produtores precisam ter planos de contingências, que podem ser organizados a priori, voltados para a ocorrência de eventuais problemas com base na elaboração de métodos e processos orientados à gestão de riscos, integrando aspectos tecnológicos, de gestão e de governança, com vista ao atendimento de cadeias de valor do processo agroalimentar.” Com informações da Ematerce.