Ministério Público Federal dissolve força-tarefa da Lava Jato no Paraná

0
89
deltan dallagnol pedro de oliveira alep

O Ministério Público Federal (MPF) anunciou nesta quarta-feira (3 de fevereiro) a dissolução da força-tarefa da Lava Jato no Paraná, principal braço da operação no país. Criado em 2014, o grupo de procuradores coordenado por Deltan Dallagnol atuou na maior parte da operação no país e foi responsável pela prisão de nomes como o ex-presidente Lula, o ex-deputado cassado Eduardo Cunha e o empresário Marcelo Odebrecht.

Desde 1º de fevereiro, parte dos investigadores passaram a integrar o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Federal. Outros foram devolvidos às suas funções de origem e passam a colaborar com a operação de maneira pontual. O anúncio foi feito em comunicado na manhã de desta quarta-feira ( 3 de fevereiro) pelo próprio órgão.

Segundo o MPF, a força-tarefa esteve por trás de 79 fases da operação, 1.450 mandados de busca e apreensão, 211 conduções coercitivas, 132 mandados de prisão preventiva e 163 de prisão temporária. 130 denúncias contra 533 acusados foram feitas com provas colhidas durante a operação, gerando 278 condenações de 174 pessoas, em um total de 2.611 anos de pena.

A operação – e seu braço paranaense– vinham em uma escala descendente desde 2019, com a revelação da chamada “Vaza Jato”pelo site The Intercept Brasil. O conteúdo das mensagens apresentadas pelo site, hoje confirmadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), apontam que os investigadores atuaram em conjunto com o então juiz federal Sergio Moro, e tinham objetivos políticos com a operação – inclusive o de retirar Lula das eleições de 2018.A equipe promoveu 735 pedidos de cooperação internacional – o que ajudou a aumentar o escopo da operação e permitir que outros países também promovessem investigações, como o caso do Peru.Os 209 acordos de cooperação resultaram, segundo o órgão, a devolver R$ 4,3 bilhões aos cofres públicos.

A Lava Jato também é alvo de pressão da classe política contra seu funcionamento – pressão intensificada com o presidente Jair Bolsonaro e por seu procurador-geral da República, Augusto Aras. O MPF não se manifestou se outros braços estaduais da Lava Jato, como no Rio de Janeiro, devem ser mantidos. Congresso em Foco. 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here
Captcha verification failed!
CAPTCHA user score failed. Please contact us!