Ciro chama Bolsonaro de “projeto de tiranete”, em manifestação contra o presidente em São Paulo-SP

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Cinco nomes apontados como candidatos à presidência em 2022 participaram, neste domingo (12 de setembro), de atos em favor do impeachment do presidente Jair Bolsonaro em São Paulo. Ciro Gomes (PDT), João Doria (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM) compareceram à manifestação organizada pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que pressiona pela destituição do presidente.

Em outro trio, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Simone Tebet (MDB-MS) também fizeram discursos.

Ciro Gomes chamou Bolsonaro de “projeto de tiranete” e “o mais covarde que já vi na minha vida”. “Ele agora não é só um traidor da nação brasileira, mas é um traidor dos seus soldados feridos, e os abandonou na luta para fazer um conchavo vergonhoso e humilhante”, disse Ciro aos manifestantes. “Frouxo e covarde.”

Governador de São Paulo, João Doria foi o único chefe estadual a comparecer em manifestações deste tipo, neste domingo. O governador paulista, que se elegeu em 2018 colando-se na imagem de Jair Bolsonaro, buscou defender os méritos próprios contra seu hoje desafeto.

“É a vacina que salva, que foi São Paulo que foi buscar vacina. Ao invés de comprar cloroquina, São Paulo comprou vacina para salvar o Brasil, e não apenas os moradores do seu estado”, disse Doria aos manifestantes. “Mais de 96 milhões de brasileiros, como eu, em a vacina do Butantan no braço.”

O ex-ministro da Saúde do próprio Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, também subiu ao palanque contra seu ex-chefe por quase um ano e meio. Mandetta, ex-deputado federal e nome cotado pelo partido para concorrer ao Planalto pelo Democratas em 2022, disse que Jair Bolsonaro teria dito a ele que a doença não poderia parar a economia, uma vez que até então atingia os mais ricos. “Ele disse: ‘só vai morrer quem tem que morrer'”, disse Mandetta, apresentando sua versão da conversa, antes de apelar ao público local: “E eu disse: e quando chegar no povão, no mais pobre, na Brasilândia, em Paraisópolis, o que vai acontecer?”.

Senador por Sergipe, Alessandro Vieira é o pré-candidato do Cidadania para as eleições presidenciais do ano que vem. Com um foco diferente, Vieira acusou o presidente de destruir investigações no país.

“A corrupção não começou com o PT e ela não começou com o Bolsonaro. A corrupção está enraizada no Brasil há muito tempo. E muito trabalho feito para combater este mal foi jogado fora no governo Bolsonaro”, criticou Alessandro, sob palmas. “Ele jogou fora a Lava Jato. E ele jogou fora todos aqueles que colocaram a cabeça em risco – mas a gente vem aqui e coloca nossa cara e nossa voz, a gente lembra essa turma toda que este caminho do Brasil não tem volta, a gente não tá condenado a viver escolhendo entre o corrupto da esquerda e o corrupto da direita. A gente merece mais.”

Também vestindo branco, Simone Tebet compareceu à manifestação. Ela é pré-candidata do MDB ao Planalto.

A manifestação em São Paulo, que contou com a participação do movimento Vem Pra Rua (VPR) e do Livres, acabou tendo uma pauta mais forte de críticas ao PT e ao ex-presidente Lula. O partido, assim como outras legendas de esquerda como o Psol, anunciou que não participaria dos atos deste domingo.

Os manifestantes se concentram entre o prédio do Masp e a sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo não informou a quantidade de participantes.

De acordo com a Polícia Militar, a situação é de tranquilidade na Avenida Paulista. O policiamento no local conta com dois mil policiais militares, 700 viaturas, 50 cavalos, dez cães, dois helicópteros, seis drones, seis veículos blindados, além do monitoramento remoto com câmeras operacionais da PM.

Capitais registram manifestações
Manifestações contra o presidente Jair Bolsonaro foram registradas neste domingo (12 de setembro) em várias capitais do Brasil. Organizadas por movimentos políticos e com participação de entidades, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), e algumas centrais sindicais, a movimentação foi agendada para ocorrer em 15 cidades ao longo do dia.

No Rio de Janeiro, a manifestação começou após as 10h, na Praia de Copacabana, na altura do Posto 5. Três caminhões de som ocuparam a Avenida Atlântica, mas apenas dois deles foram usados na comunicação com os manifestantes.

Os manifestantes se espalharam por duas quadras da pista da Avenida Atlântica junto à praia, que aos domingos é fechada para o lazer. A manifestação teve o acompanhamento de integrantes da Polícia Militar (PM) e da Guarda Municipal, que se restringiram em ficar posicionados em locais estratégicos, garantindo segurança, sem precisar ser acionados. Pouco depois das 12h30 os manifestantes começaram a se dispersar.

Em Brasília, manifestantes se concentraram na área próxima à Biblioteca Nacional. Outro grupo que já estava presente desde o início da manhã – esse de apoiadores do presidente – circulou no local com carro de som. Não houve, de acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal, confronto entre os dois grupos. As manifestações em Brasília cessaram no início da tarde.

A capital mineira Belo Horizonte também registrou protestos. Vestidos de branco, os manifestantes se reuniram na Praça da Liberdade com faixas e cartazes solicitando mais vacinas, cobrando ações mais rigorosas no controle da pandemia de covid-19 e também portando bandeiras de partidos políticos de oposição. Os atos foram dissipados por volta de 13h. Com informações do Congresso em Foco e Agência Brasil.

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