Ipece: Exportações e importações cearenses crescem em 2021 e índices superam desempenho nacional

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O desempenho da balança comercial do Ceará, em 2021, seguiu o mesmo comportamento do Brasil, com tendência de retomada de crescimento. No entanto, as exportações e as importações cearenses apresentaram taxas acima dos resultados do Brasil para o mesmo período. A boa performance está diretamente ligada ao aumento da taxa de vacinação, que possibilitou a retomada do comércio.

A participação das exportações cearenses em 2021 voltou ao patamar próximo de 1% do total do Brasil e as importações cearenses apresentaram a maior participação do total verificado no país. A conclusão está no Ipece/Informe (nº 208 – fevereiro/2022) – Comércio Exterior do Ceará em 2021 – segundo ano da pandemia da Covid-19, que acaba de ser lançado pela Diretoria de Estudos Econômicos (Diec) do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece).

O valor das exportações do Ceará no ano passado foi de US$ 2,7 bilhões, crescimento de 47,7% em relação a 2020. Já as importações somaram US$ 3,87 bilhões, elevação de 60,4%, Com isso, o saldo da balança comercial manteve-se negativo (US$ 1,1 bilhão), sendo o maior valor dos últimos cinco anos. A corrente de comércio somou o valor de US$ 6,6 bilhões em 2021, crescimento de 54,9%, com relação ao verificado em 2020. O Ceará continuou ocupando o 14º lugar no ranking dos estados brasileiros exportadores e é o terceiro do Nordeste, atrás das Bahia, que ocupa a nona colocação, e Maranhão, a 13ª. No Brasil, o volume do comércio internacional de bens bateu recorde em 2021, com a corrente de comércio atingindo o valor de US$ 500 bilhões.

As exportações alcançaram o montante de US$ 280,6 bilhões, correspondendo ao crescimento de 34,16% comparado a de 2020, e as importações chegaram ao valor de US$ 219,4 bilhões, ou seja, aumentaram 38,18% com relação a 2020. O saldo comercial brasileiro também foi o maior de toda a série: valor de US$ 61,2 bilhões.

De acordo com Ana Cristina Lima Maia, assessora técnica do Ipece que elaborou o trabalho, juntamente com o analista de Políticas Públicas, Alexsandre Lira Cavalcante, a participação das exportações cearenses teve redução em 2020, quebrando a tendência de ganho de participação no total nacional. Porém, em 2021 voltou a ganhar apresentar forte desempenho, chegando ao valor de 0,98%.

A participação das exportações cearenses no total do Nordeste também apresentou aumento, passando de 11,48%, em 2020, para 12,94% em 2021. “Verificou-se também que a participação das exportações do Nordeste no total do Brasil caiu, passando de 7,72%, em 2020, para 7,54% em 2021. Com relação à participação das importações do Ceará no total do Brasil, observou-se que houve ganho em 2021, comparado com 2020, atingindo a marca de 1,76%. No total das importações do Nordeste a participação do Ceará foi de 15,37%. Já a participação das importações do Nordeste no total do Brasil foi de 11,48% em 2021, maior do que a registrada em 2020.”

Exportações

O Ceará, em 2021, na análise das exportações cearenses por atividade econômica, ampliou a participação das exportações em bens da indústria de transformação para 91,5%, atingindo o valor de US$ 2,5 bilhões. As exportações da atividade agropecuária nesse mesmo ano registraram crescimento de 11,8%, comparado com 2020, porém a participação caiu para 6,8%, ou seja, perdeu 2,19 pontos percentuais. Por outro lado, a Indústria Extrativa foi a única que registrou queda no valor exportado em 2021, comparado com 2020. Os produtos dessa atividade são na sua maioria de transbordo, a destacar gás natural, liquefeito e óleo combustível. No detalhamento por produto da pauta de exportação cearense, os metalúrgicos lideraram a pauta em 2021, com valor de US$ 1,64 bilhão, respondendo por quase 60% do total exportado pelo estado.

As vendas externas de produtos metalúrgicos apresentaram crescimento de 70,1% em 2021 com relação a 2020. Os principais produtos exportados desse grupo foram “semimanufaturados de ferro ou aço não ligado, de seção transversal retangula”, representando 94% desse segmento.

O grupo Calçados foi o segundo mais exportado, com valor de US$ 225,5 milhões, com participação de 8,2%. As exportações de calçados cresceram 31,9% em 2021, comparado com 2020, indicando a recuperação das vendas externas desse segmento, com a retomada das compras dos principais países, como EUA, Argentina e Colômbia. Dos dez principais grupos exportados pelo Ceará, apenas Produtos de Alimentos e Bebidas apresentou queda do valor exportado. Os demais grupos registraram crescimento do valor exportado, com destaque para Produtos Têxteis (167,9%), Produtos Metalúrgicos (70,1%), Lagosta (43,5%), Máquinas e equipamentos (42,3%) e Couros e peles (35,5%).

Importações

Já as importações cearenses de 2021 foram, em sua maioria, de bens da indústria de transformação, atingindo o montante de US$ 2,88 bilhões, participação de 74,5% do total importado pelo Ceará. As importações de bens da indústria extrativa concentrou 17,4%, com crescimento de 115,7% do valor importado em circunstância do aumento de compras de Hulha betuminosa; Gás natural liquefeito e; Minérios de ferro e seus concentrados. A importação de produtos do setor agropecuário foi de US$ 296,9 milhões, participando com 7,7%. No detalhamento das importações cearenses por produtos/setores, o de Combustíveis minerais e seus derivados lideram a pauta de importação em 2021, com US$ 1,5 bilhão e participação de 40%. A matriz energética necessitou de ativar as termelétricas, impulsionando ainda mais as importações de combustíveis. O valor das importações de Hulha betuminosa e Gasóleo (óleo diesel) apresentaram os maiores aumentos do segmento de combustíveis.

Os produtos Metalúrgicos foram os segundo mais importados em 2021, com valor de US$ 409,9 milhões e participação de 10,6%. Esse grupo registrou crescimento de quase 167%, puxado principalmente pelo aumento de Produtos laminados planos, de ferro ou aço não ligado; Outros fios-máquinas de ferro ou aço não ligado. Em terceiro lugar da pauta estão os produtos da Máquinas, aparelhos e materiais elétricos, e suas partes com valor importado de US$ 393,6 milhões e participação de 10,2%. Em seguida na pauta estão os Produtos da Indústria Química (US$ 286,8 milhões) e Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos com US$ 277,1 milhões.

Municípios

O município de São Gonçalo do Amarante continuou como o maior exportador cearense em 2021, respondendo por 58,7% do total exportado pelo Ceará, com crescimento do valor exportado em 65,1%. Fortaleza foi o segundo, com 10,5% das exportações cearenses, seguido de Caucaia (7,2%), Maracanaú (4,9%) e Sobral (4,3%). Dentre os dez principais municípios cearenses que exportaram em 2021, apenas Aquiraz apresentou queda do valor exportado quando comparado com o de 2020. As exportações cearenses foram mais concentradas em 2021, quando nesse ano os dez principais municípios cearenses exportadores concentraram 94%. Em 2020 os dez principais municípios somam 88,8% das exportações do estado. Fortaleza foi o maior importador em 2021, com participação de 40,1% (do total importado pelo estado. Na sequência estão São Gonçalo do Amarante (20,2%); Caucaia (14,5%); Maracanaú (8,6%) e Aquiraz (6,9%). A participação conjunta dos dez principais municípios importadores foi de 96,4% em 2021, mostrando-se mais concentrada do que nos dois anos anteriores. Fonte:  Ascom Ipece

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