Ministro de Minas e Energia descarta racionamento por causa de crise hídrica

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Apesar de o país estar enfrentando a pior crise hídrica em 91 anos, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, descartou a necessidade de racionamento de eletricidade ao participar de audiência pública da Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (23 de junho). Ele alertou, no entanto, para a importância de medidas que evitem o risco de interrupção no fornecimento em horários de pico e a dependência do próximo período úmido.

Na audiência, o ministro explicou que, em 2020, a condição dos reservatórios era de normalidade, mas com a diminuição de chuvas entre outubro do ano passado e maio deste ano, 2021 já começou em uma situação pior. Atualmente, os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis por 70% da geração de energia do país, estão com apenas 30,2% de sua capacidade.

“Se nós tivermos uma repetição das chuvas de 2020 em 2021, nós podemos chegar, se nada for feito, a uma condição bastante desfavorável ao final desse ano, em novembro e dezembro, com os nossos reservatórios abaixo de 20%”,disse.

Medidas
Bento Albuquerque afirmou que o plano de ação posto em prática desde outubro de 2020 tem 40 itens, como o acionamento das usinas termelétricas; o aumento da importação de eletricidade da Argentina e Uruguai; e uma campanha para estimular o uso racional de energia; além de um programa com a indústria para reduzir o consumo no horário de pico.

Outras providências listadas pelo ministro de Minas e Energia são a antecipação de obras em usinas e linhas de transmissão e o suprimento de combustível para as usinas já em funcionamento. Desde maio, uma Sala de Situação instalada na Casa Civil da Presidência da República monitora a situação hídrica do país.

Bento Albuquerque ressaltou que não é possível comparar a crise atual com as que aconteceram em 2001 e 2014.

“É importante ressaltar que a nossa capacidade instalada mais do que dobrou, saindo de 81 GW para 186 GW de 2001 para 2021. A representação da matriz hidráulica era cerca de 85%; hoje ela corresponde a 61%. A nossa matriz também se diversificou bastante, principalmente com energias renováveis”, observou.

Energias renováveis
Muitos parlamentares apontaram a urgência de se incentivar a adoção das energias renováveis, como a eólica, que usa a força dos ventos, ou a que tem a biomassa como combustível. Vice-presidente da Comissão de Minas e Energia, o deputado Elias Vaz (PSB-GO) citou a energia solar. “A produção de energia fotovoltaica, energia solar, ela é fundamental, porque ela é limpa e gera riqueza e não precisa de um investimento do poder público”, disse.

Um dos autores do pedido para a realização da audiência, o deputado Danilo Forte (PSDB-CE) expressou um temor pelo impacto da crise hídrica nos valores das contas de luz.

“Há uma preocupação da sociedade, principalmente num momento de economia fraca como nós estamos vivendo, de desemprego alto e de volta da inflação, com relação à questão das tarifas e do preço que nós vamos pagar por mais essa crise. O consumidor está muito assustado e a sociedade brasileira está muito preocupada”, afirmou.

O ministro de Minas e Energia declarou que espera chegar ao final do ano com o sistema elétrico em melhores condições e sem onerar o consumidor. Ele informou que, no ano passado, o reajuste médio das contas foi de 2,5%.

Eletrobras
Bento Albuquerque também reservou uma parte de seu tempo na Comissão de Minas e Energia da Câmara para elogiar a aprovação da medida provisória que prevê a capitalização da Eletrobras. Segundo ele, a mudança é um passo para a modernização do setor elétrico e trará um alívio tarifário de 1,1% para o consumidor, além de aumentar os investimentos na revitalização dos reservatórios. Agência Câmara de Notícias

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