10 Estados têm mais beneficiários do Bolsa Família que empregos formais

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BIE - Banco de imagens externas - Está pronto para ser votado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) projeto de lei que visa a incentivar a contratação de beneficiários do Bolsa Família por empresas. De autoria do senador licenciado Alvaro Dias (PSDB-PR), a matéria tem parecer favorável, com uma emenda, do relator, senador Ciro Nogueira (PP-PI). O Projeto de Lei do Senado (PLS) 433/2008 permite que a pessoa jurídica que contratar beneficiário do Programa Bolsa Família possa deduzir valor equivalente ao benefício do Bolsa Família da contribuição patronal devida à Seguridade Social. A proposição também prevê que, necessariamente, o empregado tenha o benefício suspenso durante todo o período em que durar seu vínculo com a empresa. Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

O número de beneficiários do Bolsa Família supera o de empregos com carteira assinada (o que exclui setor público) em 10 Estados das regiões Norte e Nordeste. As informações são do Poder360º.

Só 3 na região Norte (Tocantins, Rondônia e Roraima) e 3 no Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco) registram mais empregos formais com carteira que benefícios no programa.

Até março eram 8 Estados com mais benefícios do que empregos formais. O Bolsa Família ultrapassou as vagas com carteira de trabalho assinada no Amazonas e em Sergipe a partir de abril. Existiam 10 Estados com mais beneficiários já em 2018, número que caiu em 2019.

No Ceará e no Pernambuco, o número de empregados supera o de beneficiários do Bolsa Família em menos de 2%. Em Sergipe, o número de beneficiários cresceu em abril, por isso ultrapassou o de empregos. Mas depois as vagas de trabalho também caíram.

A situação dos locais mais pobres piorou com a pandemia, mas o problema é crônico. Basta olhar não só a fotografia atual, mas o filme dos últimos 10 anos. Nesse período, sempre de 8 a 10 Estados do Norte e do Nordeste tiveram mais beneficiários do Bolsa Família do que empregos formais. Foi assim mesmo nos anos em que o desemprego atingiu os níveis históricos mais baixos, em parte do governo de Dilma Rousseff.

O Bolsa Família é apenas 1 dos canais de ajuda federal, Há dinheiro também de outras transferências obrigatórias. Estados e municípios não têm arrecadação tributária que sustente a máquina. Dependem dos fundos federais. Graças a isso, pagam salários de funcionários públicos, que sustentam o fraco setor privado. Há também as aposentadorias, sem as quais a maior parte das cidades do interior simplesmente não existiria.

A ideia do Bolsa Família é melhorar o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ao longo de várias gerações.