Volta às aulas na pandemia, por Tadeu Oliveira é empresário e odontólogo

0
84
Por melhores que sejam os recursos tecnológicos para o ensino remoto, nada substitui o contato pessoal entre os alunos e entre estes com educadores.

A pandemia do novo coronavírus ainda não está controlada, mas devido à vacinação de boa parte da população, as instituições de ensino no Estado do Ceará estão voltando com as aulas presenciais. Trata-se de uma necessidade de alunos e de professores, após quase dois anos de interrupções no processo educacional, com dificuldades impostas pela exigência de aulas em sistema virtual ou híbrido diante das condições da saúde pública. Afinal, por melhores que sejam os recursos tecnológicos para o ensino remoto, nada substitui o contato pessoal entre os alunos e entre estes com educadores. Estudantes de todos os níveis enfrentaram barreiras nesse período, adotando o modelo à distância às pressas, muitas vezes sem equipamento, acesso à internet e preparo adequado.

Desta forma, o retorno à sala de aula, neste momento, se constitui em um esforço para trazer de volta o estudante que abandonou os bancos escolares ou simplesmente se desinteressou pelo aprendizado durante a pandemia, mas acima de tudo para proporcionar mecanismos que recuperem os conteúdos que se perderam durante o período em que predominou o ensino remoto, quando até pais e responsáveis não tinham condição de auxiliar plenamente os estudantes.

Nesse contexto, o papel dos profissionais de educação é fundamental, na tentativa de diminuir ao máximo a desigualdade evidenciada por essa situação e oferecer o reforço necessário aos estudantes que ficaram desassistidos durante esses meses. Outro aspecto é que justamente por sua atuação relevante, a classe docente precisa do devido reconhecimento por seus esforços. Daí a necessidade de terem sucesso na busca pelo piso do magistério, considerado item fundamental para a defesa e o financiamento adequado da qualidade na educação.

De acordo com a Emenda Constitucional 108/2020 – que regulamenta a Lei do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e a Lei do Piso –, os educadores de todo o Brasil devem ter um reajuste salarial de 33,23% neste ano. No entanto, nem todos os Estados e municípios do país confirmaram que o aumento nos vencimentos efetivamente será concretizado, com a alegação de que o orçamento de 2022 não comportaria tal exigência legal.

É importante que tal postura seja revista, porque a valorização dos professores é fundamental para um país que deseja alcançar o pleno desenvolvimento. A educação é um eixo estruturante de afirmação de direitos, com a missão de tornar os estudantes sujeitos da sua própria história e cidadãos conscientes de seu papel nas transformações sociais.